terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Quer saber? O meio é o que mais importa


"Nenhuma relação é fácil e simples. 
É interessante, todo mundo quer alguém. Mas ninguém percebe que muito mais difícil do que conseguir esse alguém é manter o relacionamento sadio e forte. As pessoas se preocupam com o começo e com o final. Mas o meio, que é aquilo que a gente vive no dia a dia, fica esquecido, jogado em alguma caixa de papelão pegando pó e juntando mofo. É por isso que as coisas terminam. Quer saber? O meio é o que mais importa. É o que merece atenção, cuidado. Até o fim."  
Clarissa Corrêa

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Meu Segredo




Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morto de sono

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morto de medo

Por que não me deixaste adormecido
E me indicaste o mar com que navio
E me deixaste só, com que saída

Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morto de frio.


Tercetos



Noite ainda, quando ela me pedia
Entre dois beijos que me fosse embora,
Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:

"Espera ao menos que desponte a aurora!
Tua alcova é cheirosa como um ninho...
E olha que escuridão há lá por fora!

Como queres que eu vá, triste e sozinho,
Casando a treva e o frio de meu peito
Ao frio e à treva que há pelo caminho?!

Ouves? é o vento! é um temporal desfeito!
Não me arrojes à chuva e à tempestade!
Não me exiles do vale do teu leito!

Morrerei de aflição e de saudade...
Espera! até que o dia resplandeça,
Aquece-me com a tua mocidade!

Sobre o teu colo deixa-me a cabeça
Repousar, como há pouco repousava...
Espera um pouco! deixa que amanheça!"

E ela abria-me os braços. E eu ficava.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso.


Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar ao seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas. 
Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua tristeza, sua mesquinhez. Depois penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso. Em seguida, minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí, está o grande mal das pessoas: o fato de serem como são e ninguém poder fazer nada. Só elas poderiam fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não se vêem, não sabem como são. Ou, se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem.

Caio F. Abreu