Eu sou do mato, sou da brisa. Sou da
relva, da montanha, da água, dos pés descalços, do simples, do café quentinho
no bule, do olhar pela janela. De o dia amanhecer com a canção dos pássaros, da
prosa leve, da pipa no céu, do sorriso da criança. Da canção na viola. Sou das
árvores, das flores, de colher a fruta no pé, do animal de estimação, da
amizade gratuita, do amor comprometido, do bilhetinho, de mãos dadas, de comer
lambuzando os dedos. Do vestidinho leve, da chinela no pé. Sou do tempo em que
o amor fazia a festa homem. Sou da fase da fidelidade, do poema livre da
gramática, mas preso à sensibilidade. Sou do tempo da paz, sou tal como diz a
canção: Por tanto amor, por tanta emoção a vida me fez assim. Desculpa-me
mundo, mas sou do tempo da inocência, dos sonhos e da alegria.
Ita Portugal.
Ita Portugal.
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