
“Eu queria te contar que agora
não dói mais. Sei que isso não te importa e nem tão pouco, importa tanto pra mim
o que você vai pensar sobre isso. Queria que você soubesse que já vi nossos
filmes e fotos diversas vezes e nem chorei. Ok chorei. Mas pelos momentos, e
não por você. Queria que você soubesse que tirei a poeira das nossas músicas, e
que as ouço quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você
fez. Os nossos lugares não são mais nossos. Eu já voltei lá com outras pessoas,
e escrevi lá outras histórias… Eu estou aprendendo a tocar violão. E a primeira
música que toquei foi aquela música que era uma espécie de hino pra nós dois.
Ela é tão linda… E sim, ela continua sendo muito nossa e lembrando demais você.
Mas ainda assim, não dói. Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de
saber. Porque te conheço. E isso não mudou. Do mesmo jeito que adivinhei as
coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas boas que ficaram aí em você
e te fazem lembrar de mim. Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com
toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou
leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais.
Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um
sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o
coração vive tentando deixar pra trás.”
-pessoas passam, param, marcam,
te esquecem e vão embora.-
Adriano S.
Santos/Caio Fernando Abreu
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