sexta-feira, 11 de julho de 2014

No fundo, somos todos abismos a serem descobertos.



(...)As únicas pessoas que nós observadores não conseguimos ler e   decifrar, são os diferentes. Ou então, permita-me dar-lhes um nome que inventei, pessoas abismo. Por que pessoas abismo? Ora, porque não sabemos o que nos espera, mas a vontade que temos é de se jogar de cabeça e torcer para que o paraquedas funcione. As pessoas-abismo vivem em seu próprio mundo. São introspectivas. Profundas. Elas também observam. E isso me intriga.  Por que não posso saber mais sobre você? O que você esconde? O que pensa? Já amou alguém? Qual o seu nome? Seu cheiro? De onde veio? Pra onde quer ir? Me leva?

Pessoas abismo tem o poder de desnudar a alma apenas com o olhar. Um olhar que provoca. Um olhar que diz“Ei, você é igual a mim! Vamos ser diferentes juntos!”. É o tipo de pessoa que você conhece num dia e já quer ficar ”pra sempre” no outro.

Em meio a tanta normalidade, devemos procurar por algo que instigue. Esquecer o clichê do garoto popular que todas querem, ou do mais bonitinho que chama atenção quando chega em algum lugar. Deixa isso lá no Ensino Médio. Devemos ser mais exigentes, entende? Não se contentar com o pouco, ou com o normal. Temos que procurar aquilo que brilha, irradia, queima. Pois só assim conseguiremos vivenciar a experiência que é o amor. Pois o amor não é normal, calmo, e tranquilo. O amor é profundo, misterioso, e causa um frio desconfortável no estômago. Assim como um abismo.

No fundo, somos todos abismos a serem descobertos. Esperando por aquele, único, que vai pular de ponta-cabeça sem medo de se machucar. Alguém aí quer se jogar no meu?

 Isabela Freitas

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