quarta-feira, 6 de junho de 2012

Menino de Rua


Menino de rua assim todos o chamam,
Menino sem nome, sem pai, sem família
Que ganha a vida de travessuras,
De assaltos, de pedir, de estender a mãozinha.
Menino que cruza as ruas em disparada,
Pulando carros, derrubando as pessoas,
Quebrando vidraças, tomando das senhoras suas bolsas,
Ou, muitas vezes pedindo um trocado.
Menino sem lar, sem morada certa, sem teto.
Dono da noite e que passa o dia inteiro vagando...
Menino sem medo, desafiando as leis, o tempo,
O espaço, o sol, a chuva, a tempestade...
Menino, que sem nada temer pratica assaltos,
Menino que todos enxotam sem piedade,
Sem compreensão, sem clemência...
Menino que cresce desorientado,
Que é temido como um cão feroz,
E que ao se aproximar das pessoas transmite pavor...
Oh! Como é triste ver uma criança assim!...
Sendo por todos repudiado, massacrado,
Sem uma palavra de carinho, de conforto,
De estímulo, incentivo e ternura.
Menino carente de tudo, sem nada receber,
Menino faminto, doente, maltrapilho...
Que espera de todos uma ação benévola
E que, ao contrário, tudo lhe é negado.
Menino que sofre impiedosamente...
Aos olhos de todos, sem compaixão,
Menino, esperança de um mundo melhor,
Menino que padece sem a devida solução.
Menino que tudo faz para sobreviver,
Menino, para assim continuar,
É preferível morrer.


José Amorim de Lima 
Extraído do livro O Amor a Razão de Tudo.

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